11.10.12

FONTE DA VILA - FONTE DA VIDA

Privatizar tudo a qualquer custo está na ordem do dia. Privatizar tudo o que mexe e tudo o que é imoto, para que o ónus da gestão dos bens comuns/públicos, o motivo teleológico da eleição de um governo em qualquer sufrágio, passe rapidamente para o sector privado “altruísta e filantropo” - não há nada como uma boa dose de maquilhagem para disfarçar as crateras deixadas pelas cicatrizes do acne que corroeu as faces no período da puberdade – e resuma a acção de quem governa à cobrança de impostos. Trata-se de uma estratégia alicerçada na mais pura demagogia política, estruturada por algumas mentes brilhantes com o intuito de se demarcarem das irresponsabilidades governativas - no fundo é disso que se trata! - num curto espaço de tempo. 
Estes atestados de incapacidade crónica auto-declarados, disfarçados (muito mal dissimulados) de aporias, começam a ser intoleráveis, tal é o odor nauseabundo que a obscuridade resguarda no seu manto adiposo.
A verdade é que estamos perante uma venda a retalho do património de todos; uma hipoteca irreversível para as gerações vindouras.

Na Nazaré, o executivo municipal que detém o recorde mundial de propostas aprovadas por unanimidade, reúne-se no dia 17 de Setembro às (convenientes) 10h00, para aprovar, certamente por unanimidade – um recorde é um recorde! –, a concessão das águas e do saneamento do concelho a uma empresa privada.
De repente, ocorre-me um texto do José Saramago sobre privatizações, mas quero acreditar que as mães podem não ter a culpa daquilo que trouxeram ao mundo!