2.4.13

uma espécie de troika

"Dissimular é fingir não ter o que se tem. Simular é fingir ter o que não se tem. O primeiro refere-se a uma presença, o segundo a uma ausência." (1991: 9)

Agostinho da Silva dizia: "não sou do ortodoxo nem do heterodoxo; cada um deles exprime metade da vida; sou do paradoxo que a contém no total". E o que é o paradoxo senão uma fricção de dois pólos antagónicos que se confrontam permanentemente? - encontramos este princípio bem vincado no taoismo (Yin-Yang), por exemplo.
Nesse sentido, confesso a minha admiração pelo optimista radical que baseia  o discurso exclusivamente no lado luminoso das coisas, evocando invariavelmente, e erradamente, o termo "positivismo" (sugestão: ler Auguste Comte), para sugerir que a única doutrina a seguir, na lógica do moralismo pela metade, é o "always look on the light side of life" (1).
- Boa Tarde! Estou a falar com o estóico ou com o marketeer?
No discurso do pessimista crónico, as coisas também são vistas pela metade, mas, em contrapartida, a realidade está mais próxima. O melhor (também no jogo livre das aparências) é procurar ser o paradoxo!










BAUDRILLARD, Jean, "Simulacros e Simulação", 1991.
Relógio D´Água